A
resposta para essa pergunta parece ser muito simples: basta tocar forte. Isso,
porém, pode ser um pouco mais complicado, além de ser um caminho fácil e rápido
para a tensão, que constitui a maior inimiga da fluência e da velocidade.
O
primeiro impulso é pressionar as cordas com vigor, assim como se estivéssemos
cavando um buraco na areia. Está aí o problema. Quase sempre associamos volume
à força, fatores que, na verdade, não são consequentes.
Quando
usamos a força, contraímos mais a musculatura. Com a repetição do movimento
tendemos a manter essa contração, transformando a força em tensão, que, por sua
vez, consome mais energia. Esta é descarregada de forma desequilibrada. Isso
resulta em um som picotado com trastejamento e perda de agilidade. Então, o que
deve ser feito?
O
primeiro passo é desvincular a idéia de tocar alto com o impulso de apertar
mais as cordas. Em segundo lugar, devemos entender racionalmente um fato que,
apesar de ser óbvio, passa totalmente despercebido por ser extremamente
fisiológico: os nossos dedos possuem uma certa massa e é aí que está o segredo.
Devemos usá-la a nosso favor.
Ao
tocarmos, devemos sentir os dedos pesados e poderosos. Depois, tentaremos
jogá-los de forma rápida contra as cordas, partindo do ponto de repouso com
decisão. Ou seja, precisamos “mentalizar” um movimento de arremesso e não de
compressão dos músculos.
Por
menor que possa parecer, essa diferença de enfoque leva a resultados amplamente
diferentes. A questão agora não é mais a força, mas a precisão. Isso faz com
que nossa mente busque acertar a corda e não pressioná-la, favorecendo o
relaxamento e nos deixando livres para interpretar as frases lentas e as
rápidas com o mesmo desembaraço.
Entendida
essa parte, devemos trabalhar esse conceito de movimentação. Para isso, o ideal
é usar o nosso amigo das horas difíceis: o metrônomo.
Tudo
que pode ser objeto de trabalho, como música, exercícios e estudos, deve ser
praticado a partir de uma velocidade tão baixa que errar pode parecer
impossível. Nesse momento, mentalizamos os parâmetros a serem desenvolvidos e
começamos a estudar a tensão e a massa dos dedos, aumentando progressivamente a
velocidade.
É
bom lembrar que, se estudarmos errado, isso vai se transformar em vício, que é
muito difícil de consertar. A atenção no aprendizado é fundamental, pois
devemos cuidar para que pequenos deslizes, aparentemente imperceptíveis, não
sejam cristalizados e incorporados como elementos técnicos.
Outro
cuidado que devemos tomar é de não apertar as cordas com os dedos da mão
esquerda de acordo com o volume proporcionado pela mão direita. Devemos lembrar
que as notas são formadas pela vibração da corda entre o rastilho e o traste e,
portanto, não adianta apertar mais do que o necessário. Dessa forma, pode-se atingir
um som alto e forte com o mínimo de tensão.
Autor:
Ana Karoline Villela
[Fonte: Cifras]
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